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Familiarmente
Quando recebemos pela primeira vez pacientes em consultório, sobretudo adolescentes ou jovens adultos, percebemos muitas vezes que, por detrás daquela queixa há uma família em sofrimento.

Falamos muito do singular, do paciente, do uno, mas parece-me que faz sentido começar a falar da família, de ajudar pais e mães e lidar com os filhos e com eles mesmos face à sua maternidade e paternidade.

Nada nem ninguém se prepara ou é preparado para o exercício de ser responsável pela vida de alguém, que é o que está na base da decisão de ter um filho. O resto virá, eventualmente, depois.

Falamos muitas vezes, e com razão, no modo como os pais podem lidar com os filhos, como se só os filhos levantassem questões. Então e as questões dos próprios pais? As que são convocadas pelos filhos, que aparecem antes e depois da chegada deles e que influem diretamente no seu modo de ser pai e mãe? Talvez devêssemos convocar mais as famílias a estar frente a frente, a falar mais uns com os outros, a poderem aprender a dar nome ao que sentem, a construir uma teoria sobre si mesmos e sobre a família a que pertencem. A deixarem de estar apenas no presente, porque sem passado (clarificado) não há futuro emocionalmente rico.




Texto de autoria: Sílvia Baptista

Data: 2023-07-26






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